Tim Burton é um daqueles diretores que deixa sua marca em todos os filmes que dirige. Desde seu primeiro grande sucesso, Os Fantasmas se Divertem (1988), até a animação Frankenweenie (2012), o cineasta gosta de transitar entre o divertido e o bizarro; o esdrúxulo e o obscuro.
Mas, na última década, é inegável que ele focou em grandes projetos, nem todos bem sucedidos.
Por isso surpreende que o diretor volte às telas com um filme de baixo orçamento e baseado em uma história real: Grandes Olhos, que estreou nesta quinta (29).
O longa narra a história do casal Walter e Margaret Keane (Christoph Waltz e Amy Adams). Ambos são pintores, mas o talento da casa está todo nela.
Com o sucesso dos quadros da esposa, que retrata crianças com grandes e expressivos olhos, o marido se autointitula o autor das obras, virando um verdadeiro fenômeno no mundo das artes.
A mulher aceita tudo calada, até o dia em que se rebela.
Mesmo sendo apontado pelos críticos como um filme ‘menor’ de Burton, e ainda que alguns não vejam as características do diretor na trama, está tudo lá: o bom gosto pelos figurinos (a história se passa nos anos 1960); a trilha sonora que ‘conversa’ com as cenas (Lana Del Rey compôs a canção título especialmente para o filme); e as referências exóticas, como os momentos em que Margaret vê as pessoas com olhar desfigurado.
A própria história em si tem aquilo que se espera de Burton: um certo ar de esquisitice naquelas figuras de olhos gigantes e assustadores.
O cineasta afirmou em diversas entrevistas que sua paixão pelo trabalho de Margaret Keane vinha desde criança.
“Cresci vendo as pinturas onipresentes penduradas em salas de estar das pessoas e em consultórios médicos no subúrbio de Los Angeles. Havia algo sobre eles que eu achava interessante e perturbador.
Eles me deixavam gelados. Mas, assim como todo mundo, eu acreditava que Walter era o autor daquelas imagens. Foi um choque quando se espalhou a notícia de que era Margaret quem pintava”, disse ao Nottingham Post.
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